“Babilônia” estreia nesta segunda-feira (16) com a missão de elevar os índices de audiência de “Império”, mas, se depender de alguns evangélicos, isso não acontecerá.
Nas redes sociais, cristãos de diversas denominações têm divulgado textos conclamando pessoas a não assistirem ao folhetim, cujo título possui fortes raízes bíblicas. Nas Escrituras, a extinta cidade da Babilônia é descrita como a personificação do mal e também dá nome ao próprio diabo em algumas alegorias presentes no livro de Apocalipse.
Este fato, aliado a abordagens da trama como a homossexualidade e o adultério, tem levado religiosos a espalharem correntes contra o folhetim no Facebook, no Twitter e no WhatsApp. Pastores ilustres, sites, blogs e publicações cristãs também têm contribuído com a campanha informal, que pretende angariar milhões de adeptos.
A Eclésia, revista evangélica de maior circulação no Brasil, publicou um manifesto contra a trama.
Confira-o:
Babilônia: a próxima novela da Globo promete chocar os cristãos (que leem a Bíblia) Babilônia é a cidade mais citada em toda a Bíblia. Mas qual será o seu destino profético? E por que a nova novela da Globo escolheu exatamente Babilônia para o tema de sua próxima novela?
A antiga cidade de Babilônia começou imediatamente após o Dilúvio e simboliza a expressão da rebelião direta do homem contra Deus e contra a Sua ordem: “Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra” (Gn 9.1). No lugar de se espalhar pela terra, o povo ficou centralizado sob o comando de Ninrode, na contemplação de uma grande obra de engenharia, conhecida como “a torre de Babel”.
Babel foi a primeira tentativa de unificação da humanidade para causar um curto-circuito no propósito de Deus. Essa primeira cidade pós-diluviana foi projetada expressamente para frustrar o plano de Deus relativo à humanidade. As pessoas buscavam unidade e poder, e Babel deveria ser a sede governamental desse poder. Babilônia, a cidade feita por homens, tentou se elevar até o céu e também ousou ser o deus dos zigurates.
Deus interveio e espalhou a humanidade rebelde confundindo seus idiomas. O nome “Babel” foi dado à cidade de Ninrode, por causa da sentença de Deus sobre seus habitantes: “Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro.” (Gn 11.7). Daí o significado de babel, confusão!
É exatamente esse o significado da nova novela da Globo, Babilônia – confusão. E ela promete atrair as atenções de todos, principalmente dos cristãos, com polêmicas e uma trama permeada de buscas por vingança. O primeiro motivo que poderá acender a ira de telespectadores cristãos é a dupla de personagens que serão interpretadas por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg, ambas com 85 anos.
Fernanda e Nathalia interpretarão um casal de lésbicas, e trocarão carícias em cena. “Teremos demonstrações de afeto, e os conservadores vão ter de nos aturar”, disse a atriz Fernanda Montenegro, segundo informações da jornalista Keila Jimenez.
A novela substitui Império, que tem tido bons índices de audiência e não entrou em rota de conflito com nenhum segmento religioso, apesar de mostrar uma das vilãs, Cora, como uma católica fervorosa. Babilônia terá uma dupla de protagonistas, vividas por Adriana Esteves e Glória Pires, e toda a trama do folhetim vai envolver o desejo de vingança da personagem interpretada pela primeira contra a figura que será vivida pela segunda.
‘Babilônia’ estreia com beijo entre Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg. Depois de protagonizarem um selinho durante a coletiva de imprensa da novela “Babilônia”, as atrizes Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg darão o esperado “beijo gay” já na estreia da nova trama das nove. De acordo com a coluna “Telinha”, do jornal “Extra”, as personagens Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathalia Timberg) aparecerão dez anos mais jovens no capítulo do dia 16 de março.
Os evangélicos mantém um histórico de protestos contra as novelas globais, motivados pelo repúdio às cenas vulgares muitas vezes apresentadas, mas também em desacordo com a maneira que as representações da religião são feitas. A maior revolta foi da novela Avenida Brasil, escrita por João Emanuel Carneiro, quando a personagem “evangélica” Dolores (Paula Bulamarqui), tirou a roupa em cena para seduzir o ex-marido.
Na novela seguinte, Salve Jorge, o último capítulo mostrou uma das vilãs convertida na prisão, e terminou com piadas da autora, Glória Perez, sobre a forma como evangélicos reagem perante criminosos que se dizem nascidos de novo. Para aliviar as críticas, a substituta Amor à Vida, escrita por Walcir Carrasco, apresentou personagens “evangélicos” sérios, sem caricaturas, e contou com uma participação especial do cantor Kleber Lucas em um “culto”.
E dessa vez? Os atores prometem que Babilônia será o mais novo sucesso das 9, com “personagens bonitos”, “elenco de ouro”. Fernanda Monte Negro afirma o seguinte: “Eu tenho certeza, meu Deus, certeza, de que ainda vamos mudar a sociedade!”
A certeza dos cristãos difere, e muito, em relação às mudanças sugeridas pela rede Globo. Mas a novela está aí, prestes a ser exibida para milhões de brasileiros, em todos os lares, seja de famílias tradicionais, seja de famílias no “novo formato” sugerido e inclusive apoiado pelos governos espalhados em todo o mundo. Que tempo é esse? Qual o posicionamento de líderes religiosos? Como devem reagir os cristãos? O que a Bíblia diz sobre os últimos acontecimentos? Prevalecerá a Babilônia? A Bíblia diz: “E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e covil de todo espírito imundo, e esconderijo de toda ave imunda e odiável.” (Ap 18.2)